Cabo de Santo Agostinho: história e beleza
A Região Metropolitana do Recife tem um complexo industrial forte e uma movimentada zona portuária. Essa atmosfera de centro urbano economicamente agitado alcança Cabo de Santo Agostinho, vizinha ao sul da capital pernambucana, onde se estão a zona portuária de Suape e um dos maiores canteiros de obras do Nordeste.
Se algum desavisado deparar apenas com esse cenário, não poderá imaginar que a cidade é também rica em privilégios naturais. Praias com areias brancas, águas cristalinas e mornas, brisa constante e belas paisagens, com temperatura média de 30 graus, estão há poucos minutos da muvuca. O município, com ocupações a partir do século 16, tem também grande concentração de vestígios históricos.
Cabo de Santo Agostinho fica a 37 quilômetros de Recife. Além de acolher obras do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), tem recebido investimentos municipais e estaduais na infraestrutura turística da cidade, com vistas a reordenar o comércio informal, qualificar os profissionais que atuam nas faixas de praia e melhorar os serviços, inclusive de saneamento.
A área é repleta de reservas ecológicas, manguezais e algumas das mais belas praias do Brasil: Paiva, Pedra de Xaréu, Enseada dos Corais (antiga praia do Boto), Itapuama, Gaibu, Calhetas, Paraíso (antiga praia da Preguiça) e Suape, cada uma com as suas peculiaridades, de piscinas naturais formadas por arrecifes a vegetação de Mata Atlântica, passando por “paredes” de conqueiros. Itapuruna, por exemplo, é procurada pelo banho de lama.
O sabor do litoral pernambucano passa pela moqueca de peixe ao molho de camarão, a caranguejada, a aratuzada, com legumes e temperos verdes e secos, e a moqueca de polvo. E como digestivo, outra especialidade dos cabenses são os licores, com destaque para o de jenipapo.
Um pouco de história
Os cabenses dizem que a chegada dos navegadores ao Brasil é anterior a 22 de abril de 1500, data oficial do descobrimento. Antes da esquadra de Cabral avistar a Bahia, o espanhol Vicente Pinzón teria pisado, em 26 de janeiro daquele ano, as areias do Cabo. Versões à parte, a cidade tem outras particularidades enriquecidas de história. E muito lugares a conhecer.
Na Vila de Nazaré encontram-se a Igreja de Nossa Senhora de Nazaré e as ruínas do antigo Convento Carmelita. A primeira, no ponto mais alto da cidade, é resultado de várias fases de construção, entre o final do século 16 e o século 19. E o convento foi erguido pelos portugueses entre o final do século 17 e o início do 18 – ambos tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Ainda em Nazaré estão a antiga Casa do Faroleiro, as ruínas do Forte Castelo do Mar (de 1631) e do quartel militar, edificado para dar suporte ao forte, e o farol ainda em atividade.
Nas imediações da praia de Itapuama o visitante poderá conhecer a Capela de São Gonçalo do Amarante, do século 17. Da mesma época é a Igreja de São José do Paiva, pequeno santuário rodeado de coqueiros, às margens da praia do Paiva. Mais à frente estão as ruínas do Forte São Francisco Xavier, construção de 1630, no limite de Gaibu e Calhetas.
No centro da cidade o casario guarda antigos prédios e igrejas, como de Santo Antônio, construída em 1622, de Santo Amaro, de Nossa Senhora do Livramento e a antiga Capela do Rosário dos Pretos. O roteiro pode ser concluído com uma visita ao Engenho Massangana, próximo à rodovia PE-60. Ali morou, durante a infância, o abolicionista pernambucano Joaquim Nabuco, também adido diplomático e embaixador do Brasil nos Estados unidos (Washington) e na Inglaterra (Londres). O prédio do engenho foi adaptado e transformado em museu, onde se encontra parte do acervo e da memória do ilustre morador.
Fonte: www.embarquenaviagem.com